logo RCN
Canoinhas
+11...+21° C
  • 14/05/2025 22:56
Política

PT tentará proibir a participação de militares da ativa em cargos públicos

';
  • Foto: Beto Oliveira/Senado Federal -

Apesar das articulações do PT, o Palácio do Planalto resiste à ideia, sob o argumento de que não é hora de comprar nova briga

O PT tentará proibir a participação de militares da ativa em cargos públicos e acabar com operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Passado o carnaval, deputados do partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deflagrarão uma ofensiva com o objetivo de obter 171 assinaturas para apresentar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que reformule o artigo 142.


Apesar das articulações do PT, o Palácio do Planalto resiste à ideia, sob o argumento de que não é hora de comprar nova briga. O artigo 142 é sempre citado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que não aceitam o resultado das eleições.


A leitura da extrema direita é a de que o texto autoriza a atuação das Forças Armadas como poder moderador, se convocadas a realizar uma intervenção. Juristas e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rechaçam esse entendimento.


A atual redação do artigo 142 estabelece que as Forças Armadas se destinam à “defesa da Pátria, à garantia dos Poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”. Os petistas querem retirar da Constituição justamente o trecho que prevê a garantia da lei e da ordem e, no lugar, determinar que os militares assegurem “a independência e a soberania do País e a integridade do seu território”. A proposta estabelece, ainda, que militares devem ir imediatamente para a reserva se aceitarem cargos públicos.


Rebelião

A expressão “lei e ordem” foi encaixada no anteprojeto da Constituinte, em 1987, e a tentativa de apagá-la do texto quase custou uma rebelião militar. À época, o então deputado José Genoino (PT) queria trocar a expressão por “ordem constitucional”. Fernando Henrique Cardoso, então líder do PMDB no Senado, conseguiu negociar um meio-termo para que a atuação militar na manutenção da ordem só ocorresse em caso de chamado de um dos Poderes.


Para a cúpula do PT, é preciso usar o momento de consternação após a tentativa de ataque golpista de 8 de janeiro para emplacar a alteração constitucional e conter a politização das Forças Armadas. De autoria dos deputados Carlos Zarattini e Alencar Santana, o texto, batizado de “PEC antigolpe”, tem, nos bastidores, aval do deputado Rui Falcão, que vai presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.


“As Forças Armadas precisam ter claro que o seu papel é o de defesa do território nacional e da soberania, e não o de promover ações de repressão internas”, disse Zarattini ao Estadão. “Além disso, incluímos trecho para limitar a participação de militares da ativa em cargos civis. Quem quiser entrar no governo que vá para a reserva.”


O movimento ocorre na sequência de um turbulento início de governo no que diz respeito à relação do Planalto com os militares. Na campanha do ano passado, uma ala do PT pediu que Lula incluísse no programa de governo um capítulo com mudanças no artigo 142. O então candidato barrou a sugestão para não criar atritos com militares.

A desconfiança do governo sobre a atuação das Forças Armadas, no entanto, cresceu depois da invasão do Planalto, do Congresso e do STF. A crise instalada levou Lula a trocar o comando do Exército. Após os ataques, o petista disse que as Forças “não são poder moderador como pensam que são”.

Foto: Beto Oliveira/Senado Federal

Moraes mantém prisão de investigado por ataques ao STF Anterior

Moraes mantém prisão de investigado por ataques ao STF

FIESC anuncia investimento no SENAI em Canoinhas Próximo

FIESC anuncia investimento no SENAI em Canoinhas

Deixe seu comentário